
O governo da Flórida iniciou uma investigação contra a fabricante de câmeras de segurança Lorex, sob suspeita de ligações com o Partido Comunista Chinês (PCC) e de possíveis falhas na proteção da privacidade dos consumidores, segundo informações publicadas pelo jornal National Review.
O procurador-geral do estado, James Uthmeier, determinou a entrega de documentos que revelem a estrutura societária da empresa, seus contratos de produção e eventuais brechas de segurança nos equipamentos. Também foram solicitados registros sobre atualizações de software, uso de nuvem, acesso ao código-fonte e informações prestadas à Comissão Federal de Comunicações (FCC).
A preocupação do governo local é a relação da Lorex com a gigante chinesa Dahua Technology, que comprou a companhia em 2018 e a repassou em 2023 após denúncias internacionais envolvendo violações de direitos humanos contra uigures em Xinjiang. Atualmente, a marca pertence à Skywatch International, sediada em Taiwan.
Em comunicado, Uthmeier afirmou que “as famílias da Flórida merecem clareza sobre quem manipula seus dados e quem controla o funcionamento desses aparelhos”, e acrescentou que o estado “não aceitará tentativas do PCC de usar tecnologia doméstica como ferramenta de espionagem”.
Segundo apurou a National Review, especialistas em segurança alertam que a Lorex pode estar vendendo equipamentos da Dahua com outra identidade visual, o que abriria brechas de cibersegurança em residências americanas.
O caso se soma ao debate mais amplo nos Estados Unidos sobre a influência de empresas chinesas de tecnologia. O TikTok, por exemplo, enfrenta questionamentos semelhantes no Congresso e já foi alvo de uma lei que prevê a venda da plataforma ou sua retirada do país.
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