
O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou nesta quarta-feira (3) que o grupo terrorista Hamas impede a distribuição de alimentos na Faixa de Gaza e rejeitou o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) que declarou estado de fome em diversas regiões do enclave palestino. Em entrevista ao podcast 21 News, de Louis Sarkozy, filho do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, Milei disse que “os alimentos vão, mas os terroristas do Hamas não os deixam entrar”.
Segundo Milei, denúncias internacionais de fome em Gaza seriam manipuladas com o objetivo de enfraquecer o governo israelense. Ele citou como exemplo uma publicação que considerou falsa.
“Sem ir mais longe, uma capa de uma famosa revista mostrava o problema de que na Faixa de Gaza as pessoas estavam morrendo de fome e acontece que a foto era falsa”, disse ele, sem especificar de qual era a publicação.
Em julho, o jornal francês Libération estampou em sua capa a foto de uma criança palestina desnutrida para ilustrar as denúncias de fome na Faixa de Gaza. A imagem circulou amplamente nas redes sociais e foi alvo de questionamentos, com usuários afirmando que se tratava de uma montagem. No entanto, a agência France-Presse (AFP) desmentiu os rumores e confirmou posteriormente que a fotografia era autêntica, registrada por um de seus fotógrafos credenciados.
O mandatário argentino declarou que tais campanhas sobre fome no enclave buscam atingir diretamente o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, “porque é ele quem tem bem claro o que está em jogo e por isso querem colocá-lo em xeque”.
Milei disse ainda que atualmente a Argentina é “um dos lugares mais confortáveis para a comunidade judaica” e manifestou preocupação com o crescimento do antissemitismo no Ocidente, especialmente em países europeus e nos Estados Unidos.
Desde que assumiu a Presidência, Javier Milei aproximou a Argentina de Israel e transformou o país em um dos principais aliados da nação que combate o terrorismo no Oriente Médio na América Latina. Em junho, durante visita a Israel, o presidente argentino reafirmou no Parlamento do país a decisão de transferir a embaixada de Tel Aviv para a Jerusalém, que Israel considera ser sua verdadeira capital, seguindo o mesmo caminho que o presidente Donald Trump fez em 2018, quando estava em seu primeiro mandato e levou a embaixada dos Estados Unidos para a cidade santa, reivindicada tanto por israelenses quanto por palestinos.
No mês passado, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (CIF), declarou situação de fome no norte da Faixa de Gaza e atribuiu a crise ao bloqueio imposto por Israel. O governo israelense rejeita a avaliação, argumentando que a ONU atua de forma politizada e reforça a narrativa do Hamas.
Deixe um comentário